MÍLDIO
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Título
MÍLDIO
Criador
S/autor
Fonte
O Manuelinho de Évora, Ano XIII, nº 633, p. 3.
Data
09-06-1893
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Instruções para combater esta doença da vinha
(Continuado do número 632)
Este fenómeno, o desavinho, é conhecido desde tempos imemoriais, e todos os anos se manifesta em maior ou menor escala, sendo diversas as causas que o determinam, tais como as mudanças rápidas de temperatura, golpes de sol ardente em seguida a chuvas ou nevoeiros frios, etc.; o míldio produz o mesmo efeito, porém com muito maior intensidade e abrangendo simultaneamente grandes áreas de vinha. Em vários concelhos do distrito de Braga, sobretudo no de Guimarães, verificou-se o ano passado muito distintamente esta feição especial da doença.
[…]
O míldio pode às vezes confundir-se com outras moléstias e acidentes a que as cepas estão sujeitas.
Assim, o desavinho, que como já vimos é em geral devido a simplesmente a causas meteorológicas, pode também resultar de uma invasão de míldio, mas esta hipótese a devastação é muito maior, não vem como consequência da intempérie e faz-se quási sempre anunciar com antecedência pelas concreções brancas, de aspeto salino.
Numa época mais adiantada não é raro encontra-se cachos, que apresentem ao mesmo tempo bagos perfeitamente sãos e outros nos diversos estados da doença. Esta manifestação tem bastante semelhança com a do black-rot, não sendo mesmo fácil distinguir uma da outra por simples exame visual, embora as duas moléstias devam a sua origem a causas diversas; todavia, observando com atenção a superfície dos bagos atacados de black-rot, descobre-se aí uns pequeninos pontos negros, salientes, que nunca acompanham as alterações a que o Plasmopora dá lugar.
Pode ainda o míldio confundir-se com o que no Douro e em outras regiões se chama escaldão, acidente muito vulgar nos climas quentes e secos, mas neste segundo caso os cachos são prejudicados, principalmente na parte que estiver voltada para o sol na ocasião em que a temperatura for mais elevada, enquanto que a invasão do míldio se declara indiferentemente em qualquer ponto do fruto.
(Continua)
(Continuado do número 632)
Este fenómeno, o desavinho, é conhecido desde tempos imemoriais, e todos os anos se manifesta em maior ou menor escala, sendo diversas as causas que o determinam, tais como as mudanças rápidas de temperatura, golpes de sol ardente em seguida a chuvas ou nevoeiros frios, etc.; o míldio produz o mesmo efeito, porém com muito maior intensidade e abrangendo simultaneamente grandes áreas de vinha. Em vários concelhos do distrito de Braga, sobretudo no de Guimarães, verificou-se o ano passado muito distintamente esta feição especial da doença.
[…]
O míldio pode às vezes confundir-se com outras moléstias e acidentes a que as cepas estão sujeitas.
Assim, o desavinho, que como já vimos é em geral devido a simplesmente a causas meteorológicas, pode também resultar de uma invasão de míldio, mas esta hipótese a devastação é muito maior, não vem como consequência da intempérie e faz-se quási sempre anunciar com antecedência pelas concreções brancas, de aspeto salino.
Numa época mais adiantada não é raro encontra-se cachos, que apresentem ao mesmo tempo bagos perfeitamente sãos e outros nos diversos estados da doença. Esta manifestação tem bastante semelhança com a do black-rot, não sendo mesmo fácil distinguir uma da outra por simples exame visual, embora as duas moléstias devam a sua origem a causas diversas; todavia, observando com atenção a superfície dos bagos atacados de black-rot, descobre-se aí uns pequeninos pontos negros, salientes, que nunca acompanham as alterações a que o Plasmopora dá lugar.
Pode ainda o míldio confundir-se com o que no Douro e em outras regiões se chama escaldão, acidente muito vulgar nos climas quentes e secos, mas neste segundo caso os cachos são prejudicados, principalmente na parte que estiver voltada para o sol na ocasião em que a temperatura for mais elevada, enquanto que a invasão do míldio se declara indiferentemente em qualquer ponto do fruto.
(Continua)
Ficheiros
Colecção
Citação
S/autor, “MÍLDIO”. In O Manuelinho de Évora, Ano XIII, nº 633, p. 3., 09-06-1893. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 29 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1428.