Pragas nos Periódicos

Correspondência

Dublin Core

Título

Correspondência

Criador

Carlos G. Dabney

Fonte

O Agricultor Micaelense, vol. 1, nº 5, pp. 64-65.

Data

20-02-1844

Colaborador

Leonardo Aboim Pires

Text Item Type Metadata

Text

Faial 28 de Dezembro de 1843

Ilmº Sr.

No 17 do corrente tive a satisfação de receber a estimadíssima Carta de V.S. de 31 de Outubro p.p. em que me comunicou a mui lisonjeira determinação da Direção da Sociedade Promotora da Agricultura Micaelense me nomear seu Sócio Correspondente […] Há de haver quinze anos que eu sugeri a alguns de meus Amigos aqui a ideia de se estabelecer uma Sociedade de Agricultura: porém há poucos que tenham meios, e destes muito poucos tem gosto para aquele ramo importantíssimo da indústria.
A V. S. pertence a glória de terem sido os primeiros nos Domínios de Portugal, a formar uma instituição, que se pode considerar a base da prosperidade agrícola, e a sua Filantropia será premiada contemplando o benefício que V. S. tem segurado à Pátria.
[…] Tenho sido assim mais extenso nestes pormenores por ver que o «bicho destruidor» se tem manifestado nos sues pomares (o que lamento em extremo) e desejo oferecer um alvitre, que muito excede em interesse o prejuízo, que V.S. tem de sofrer, porque – por mais proveitosos que fossem as Laranjeiras não podiam produzir a quarta parte do benefício, que resultará da cultivação das Amoreiras.
Se alguém quiser tentar a conservação das Laranjeiras, recomendo as fezes do azeite, que foi purificado com alkali e ácido. Vendeu-se por preço mui módio em Boston (Estados Unidos), e servem para destruir quási todos os insetos que incomodam as plantas. Uma libra dissolvida em cinco canadas de água é suficientes para matar as «aphides».
O sr. Leves Deputado no Congresso dos Estados Unidos pela Flórida dirigiu uma circular pedindo informações sobre maneira, porque se podia extinguir o inseto, que, há poucos anos, apareceu na Flórida, aonde tem devastado uma grande parte das Laranjeiras. Respondi à sua Carta, fazendo-lhe ver as diferentes experiências; que tinha feito, e que nenhum remédio tinha sido tão eficaz com as fezes do azeite; ao mesmo tempo a introdução da – Morus Multicaulis – ele agradeceu-me a lembrança, mas disse-me que não era possível aproveitá-la, porque o génio do Povo era inteiramente oposto! As novidades em toda a parte custam a introduzir, porém espero não encontra obstáculo invencível no génio do Povo dos Açores. O sr. Leves participou-me que o melhor remédio para as «aphides» era água de alcatrão […]

Ficheiros

Citação

Carlos G. Dabney, “Correspondência”. In O Agricultor Micaelense, vol. 1, nº 5, pp. 64-65., 20-02-1844. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 26 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/155.

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