A moléstia das Batatas

A moléstia das Batatas

S/ autor

Jornal da Louzan, n.º 413, pág. 1, col. 3,4

06-05-1893

Pedro Barros

Desde 1885 que o Sr. Jonet tem feito ensaios sobre a cura da moléstia das batatas pelo processo que se emprega para obstar ao «míldio», é porém ao Sr. Prilieux a quem se devia primeira observação completa sobre o assunto. No mês Agosto de 1888, na quinta de Faisanderie, cobriu ele com uma calda espessa com 6 p. c. de sulfato de cobre, a folhagem de nove pés de batatas, que na colheita lhe deram 115 tubérculos todos sãos e intactos, enquanto que ao lado, dez pés não tratados, lhe deram 531 tubérculos somente, entre os quais 17 doentes (32 p. c. da colheita). Depois disso as experiências feitas têm dado resultados muito mais claros, estabelecendo sem a menor dúvida e por cifras precisas, que, com pequeno dispêndio, e com tratamentos preventivos de caldas de cobre, é fácil acautelar as nossas colheitas das assolações que elas sofrem. Basta empregar uma calda fraca contendo apenas 2 quilogramas de sulfato de cobre e 1 quilo de cal (pesada no estado vivo) por cada cem litros de água. Uma única aplicação desta calda fraca, basta para no caso de um tratamento curativo, diminuir o mal em larga escala, e num caso de tratamento preventivo, obstar por completo ao seu aparecimento. Empregando-se porém em vez de uma calda com 2 p. c. uma calda com 3 p. c. ter-se-á, sem uma despesa sensivelmente maior, um resultado melhor e muito mais certo. Em 1888 a doença apareceu em França no princípio de Agosto, quando todos pensavam que ela não faria já o seu aparecimento, foi pois a uma cultura já invadida que o tratamento foi aplicado, tratamento portanto, curativo e não preventivo. A distribuição da calda pode ser feita com um pulverizador comum.