Doenças das oliveiras
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Título
Doenças das oliveiras
Criador
S/ autor
Fonte
Jornal da Louzan, n.º 558, pág. 1, col. 4, pág. 2, col. 1
Data
21-03-1896
Colaborador
Pedro Barros
Text Item Type Metadata
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As principais enfermidades das oliveiras são a «gafa» e «arejo», e alguns estragos importantes devidos à acção de certos vermes. A «gafa» é muito frequente em Portugal nos anos da colheita abundante, e manifesta-se no fruto, quando amadurece, perdendo a sua consistência, desfazendo-se quando se lhe toca. Evita-se a perda completa da novidade, colhendo a azeitona logo que a moléstia dá sinal de si. O «arejo» anuncia-se pelo engalhamento do fruto, caindo este à proporção que vai sendo atacado, secando-se ao mesmo tempo parte das folhas e dos ramos da oliveira, Dá-se principalmente nos olivais mal amanhados, que não são podados nem lavrados convenientemente. Um dos inimigos mais notáveis da oliveira é o «cocus» ou «kermes roxo» que produz a ferrugem. É uma cochinilha que ataca quase todas as árvores especiais dos climas mediterrâneos, laranjeiras, figueiras e oliveiras. Multiplica-se de um modo extraordinário. A fêmea parece-se com um grão de pimenta cortado ao meio. A princípio tem cor avermelhada; depois engrossa, achata se e pega-se aos renovos mais viçosos da planta. Nesta posição faz uma postura de mais de dois mil ovos, os quais, depois de incubados pelo próprio insecto, dão origem a outros tantos vernes, que, apenas nascidos, percorrem as folhas segundo a seiva, parte do qual se extravasa, formando com as secreções do bicho o pó negro e pegajoso que cobre as folhas e obsta a que estas exerçam as funções para que foram criadas. Há quem para destruir o «kermes roxo», esmague a cochinilha quando tem ainda debaixo de si os ovos, ou esfregue os ramos com uma escova ensopada em vinagre. Outros usam da água de cal composta do seguinte modo: cal virgem em pó, dois terços; argila um terço, dilui-se com agua, ficando em cal da grossa, e ao depois junta-se-lhe flor de enxofre na proporção d'um decimo de calda. Aplica-se com um pincel. Outros recomendam, mas nós reprovamos, o decote da árvore e a poda curta. O que mais aproveita sobretudo são os tamanhos repetidos, frequentes estrumações e bastantes lavras, nunca semear cereais nos olivais, mas simplesmente alguns legumes de inverno tais como: ervilhas, favas, batatas, tendo o cuidado de antes de a sementeira estrumar abundantemente a terra e lavrá-la depois da colheita. Com este tratamento os olivais raras vezes atacados da moléstia.
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Colecção
Citação
S/ autor, “Doenças das oliveiras ”. In Jornal da Louzan, n.º 558, pág. 1, col. 4, pág. 2, col. 1, 21-03-1896 . Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 26 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/190.