Assunto Agrícola
Dublin Core
Título
Assunto Agrícola
Criador
S/ autor
Fonte
Jornal da Louzan, n.º 562, pág. 1, col. 3,4, pág. 2, col. 1
Data
18-04-1896
Colaborador
Pedro Barros
Text Item Type Metadata
Text
Do nosso colega «O Damião de Goes», transcrevemos as palavras que se seguem:
É tempo, como dissemos no último número do Damião, de começar o combate contra os inimigos da cepa, o oídio, o míldio, o pulgão, etc. Contra o oídio, e talvez devia ser este o primeiro inimigo a combater, há o enxofre simples e o enxofre cúprico, tendo este último a vantagem, segundo parece de atacar aquela moléstia o míldio.
Especialmente contra o míldio é preciso não descuidar com este tratamento, porque está sobejamente reconhecido que pelo descuido de meia dúzia de dias se perde muitas vezes a maior parte da colheita de um ano, está geralmente indicado e praticamente reconhecido que o caldo bordelez e os pós cúpricos são remédios eficazes quando convenientemente preparados com matérias-primas de boa qualidade e oportunamente aplicados.
É assaz conhecida a fórmula do caldo bordelez, mas cremos que não será fastidioso novamente repeti-la nas quantidades mais geralmente seguidas, as quais devem ser aumentadas nos tratamentos posteriores ou quando a invasão se torne mais intensa.
Sulfato de cobre …….. 2 a 3 Kilos
Cal ………………………….. 1 a 1,5 Kilos
Água ……………………….. 100 litros
Dissolve-se o sulfato em 90 litros de água e faz-se leite de cal em 10 litros; junta-se pouco a pouco o leite de cal à dissolução cúprica, havendo todo o cuidado de não fazer a mistura ao contrário.
Contra esta terrível doença também vemos indicado o tratamento por meio do verdete, o qual, ao que parece, tem dado os melhores resultados.
No último número da excelente revista a «Vinha Portugueza», o Sr. H. Mendia, fundado na autorizada opinião do ilustre professor Mr. G. Foex, director da Escola Nacional de Agricultura de Montpellier, na do director da Estação Vitícola de Cognac, Mr. Ravar e nas suas experiências pessoais durante dois anos, preconiza este tratamento, julgando-o preferível aos outros pela maior confiança que tem na sua eficácia, a ponto de ter notado que pelo motivo da sua preservação e aderência, muitas vezes se obtém melhores resultados com três aplicações do que com quatro de caldo bordelez.
A fórmula deste preparado, adoptado pelo Sr. Mendia, para o primeiro tratamento, é a seguinte:
Deitam-se 500 gramas de verdete «gris à gros grains extra secs» ou verdete cinzento em 10 litros de água, obtendo-se assim passadas 24 a 48 horas a solução mãe, que no fim daquele tempo forma no mundo da vasilha uma verdadeira mucilagem espessa e viscosa.
Agita-se a solução, que por este facto se torna homogénea e de cor acinzentada, e em seguida procede-se ao tratamento, deitando-se sobre cada 10 litros de solução mais 90 litros de água, para preparação de 1 hectolitro de solução de verdete a empregar na vinha. Nos tratamentos seguintes empregam-se 80 gramas de verdete em vez de 500 gramas. Parece-nos que o viticultor fará bem em experimentar, ainda que em pequena escala, este sistema de tratamento, porque se o resultado for como diz o Sr. Mendia, é mais uma arma que temos contra aquele terrível flagelo.
É tempo, como dissemos no último número do Damião, de começar o combate contra os inimigos da cepa, o oídio, o míldio, o pulgão, etc. Contra o oídio, e talvez devia ser este o primeiro inimigo a combater, há o enxofre simples e o enxofre cúprico, tendo este último a vantagem, segundo parece de atacar aquela moléstia o míldio.
Especialmente contra o míldio é preciso não descuidar com este tratamento, porque está sobejamente reconhecido que pelo descuido de meia dúzia de dias se perde muitas vezes a maior parte da colheita de um ano, está geralmente indicado e praticamente reconhecido que o caldo bordelez e os pós cúpricos são remédios eficazes quando convenientemente preparados com matérias-primas de boa qualidade e oportunamente aplicados.
É assaz conhecida a fórmula do caldo bordelez, mas cremos que não será fastidioso novamente repeti-la nas quantidades mais geralmente seguidas, as quais devem ser aumentadas nos tratamentos posteriores ou quando a invasão se torne mais intensa.
Sulfato de cobre …….. 2 a 3 Kilos
Cal ………………………….. 1 a 1,5 Kilos
Água ……………………….. 100 litros
Dissolve-se o sulfato em 90 litros de água e faz-se leite de cal em 10 litros; junta-se pouco a pouco o leite de cal à dissolução cúprica, havendo todo o cuidado de não fazer a mistura ao contrário.
Contra esta terrível doença também vemos indicado o tratamento por meio do verdete, o qual, ao que parece, tem dado os melhores resultados.
No último número da excelente revista a «Vinha Portugueza», o Sr. H. Mendia, fundado na autorizada opinião do ilustre professor Mr. G. Foex, director da Escola Nacional de Agricultura de Montpellier, na do director da Estação Vitícola de Cognac, Mr. Ravar e nas suas experiências pessoais durante dois anos, preconiza este tratamento, julgando-o preferível aos outros pela maior confiança que tem na sua eficácia, a ponto de ter notado que pelo motivo da sua preservação e aderência, muitas vezes se obtém melhores resultados com três aplicações do que com quatro de caldo bordelez.
A fórmula deste preparado, adoptado pelo Sr. Mendia, para o primeiro tratamento, é a seguinte:
Deitam-se 500 gramas de verdete «gris à gros grains extra secs» ou verdete cinzento em 10 litros de água, obtendo-se assim passadas 24 a 48 horas a solução mãe, que no fim daquele tempo forma no mundo da vasilha uma verdadeira mucilagem espessa e viscosa.
Agita-se a solução, que por este facto se torna homogénea e de cor acinzentada, e em seguida procede-se ao tratamento, deitando-se sobre cada 10 litros de solução mais 90 litros de água, para preparação de 1 hectolitro de solução de verdete a empregar na vinha. Nos tratamentos seguintes empregam-se 80 gramas de verdete em vez de 500 gramas. Parece-nos que o viticultor fará bem em experimentar, ainda que em pequena escala, este sistema de tratamento, porque se o resultado for como diz o Sr. Mendia, é mais uma arma que temos contra aquele terrível flagelo.
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Colecção
Citação
S/ autor, “Assunto Agrícola”. In Jornal da Louzan, n.º 562, pág. 1, col. 3,4, pág. 2, col. 1, 18-04-1896 . Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 30 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/191.