DOENÇAS NOS PÂMPANOS - «ROT BRANCO»
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Título
DOENÇAS NOS PÂMPANOS - «ROT BRANCO»
Criador
M. Rodrigues de Morais
Fonte
Nove de Julho, Nº 917, Ano XV, pp. 1-2.
Data
02-06-1900
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
A redação da «Gazeta das Aldeias» pede a publicação do seguinte aviso:
“Recebemos de Vila Nova de Gaia e da Nazaré amostras de pâmpanos, e de Vila Noda de Ourém e outros pontos descrições de uma doença, que se nos afigura nova no país, e que parece grave, pela rapidez com que invade os pâmpanos e causa a morte àqueles que ataca.
Esta doença manifesta-se da seguinte forma: na base do pâmpano vê-se uma nódoa branca feltrosa, que, ora abraça toda a grossura do pâmpano e se estende, por igual, entre dois nós, ora sobe só por um lado; no ponto de ligação da folha com o seu pecíolo, ou pezinho, aparece também igual nódoa brancacenta e feltrosa; e na flor ou pequeno cacho aparecem nódoas escuras.
Dizem alguns srs. assinantes desta Gazeta que o ataque é rápido, e que os sarmentos atacados chegam a cair da cepa e que, na mesma, de onde alguns caem, outros ficam, parecendo saudáveis.
À primeira vista e por ser nesta época cedo para o rot branco (white rot) pode pensar-se que o mal é obra do míldio, antes de apresentar as ramificações frutíferas do exterior. Mas reparando, com auxílio de lente, veem-se naquela massa feltrosa alguns corpúsculos que parecem conídios esféricos ou sugadouros do micélio e a casca do sarmento esfacela-se evatando-se em fitas estreitas.
De todas as descrições feitas pelas patologistas das vinhas, a que mais se aproxima da doença que está grassando é a que se ocupa do rot branco.
Como não tenho aqui meios de observação, para fazer o estudo deste caso, convém aos interessados dirigir amostras, bem acondicionados, dentro de frascos rolhados, aos gabinetes oficiais de patologia vegetal, o que podem fazer por intermédio dos agrónomos distritais e da autoridade administrativa.
Por enquanto, e para já, o que se deve fazer é colher e queimar os pâmpanos doentes, sem deixar qualquer fragmento na vinha, lavar os golpes com a calda bordalesa e aplicá-la intensamente em toda a vinha.
O aviso é assinado pelo sr. M. Rodrigues de Morais, agrónomo.
“Recebemos de Vila Nova de Gaia e da Nazaré amostras de pâmpanos, e de Vila Noda de Ourém e outros pontos descrições de uma doença, que se nos afigura nova no país, e que parece grave, pela rapidez com que invade os pâmpanos e causa a morte àqueles que ataca.
Esta doença manifesta-se da seguinte forma: na base do pâmpano vê-se uma nódoa branca feltrosa, que, ora abraça toda a grossura do pâmpano e se estende, por igual, entre dois nós, ora sobe só por um lado; no ponto de ligação da folha com o seu pecíolo, ou pezinho, aparece também igual nódoa brancacenta e feltrosa; e na flor ou pequeno cacho aparecem nódoas escuras.
Dizem alguns srs. assinantes desta Gazeta que o ataque é rápido, e que os sarmentos atacados chegam a cair da cepa e que, na mesma, de onde alguns caem, outros ficam, parecendo saudáveis.
À primeira vista e por ser nesta época cedo para o rot branco (white rot) pode pensar-se que o mal é obra do míldio, antes de apresentar as ramificações frutíferas do exterior. Mas reparando, com auxílio de lente, veem-se naquela massa feltrosa alguns corpúsculos que parecem conídios esféricos ou sugadouros do micélio e a casca do sarmento esfacela-se evatando-se em fitas estreitas.
De todas as descrições feitas pelas patologistas das vinhas, a que mais se aproxima da doença que está grassando é a que se ocupa do rot branco.
Como não tenho aqui meios de observação, para fazer o estudo deste caso, convém aos interessados dirigir amostras, bem acondicionados, dentro de frascos rolhados, aos gabinetes oficiais de patologia vegetal, o que podem fazer por intermédio dos agrónomos distritais e da autoridade administrativa.
Por enquanto, e para já, o que se deve fazer é colher e queimar os pâmpanos doentes, sem deixar qualquer fragmento na vinha, lavar os golpes com a calda bordalesa e aplicá-la intensamente em toda a vinha.
O aviso é assinado pelo sr. M. Rodrigues de Morais, agrónomo.
Ficheiros
Colecção
Citação
M. Rodrigues de Morais, “DOENÇAS NOS PÂMPANOS - «ROT BRANCO»”. In Nove de Julho, Nº 917, Ano XV, pp. 1-2., 02-06-1900. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 26 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/283.