SECÇÃO AGRÍCOLA
Os inimigos da macieira
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Título
SECÇÃO AGRÍCOLA
Os inimigos da macieira
Os inimigos da macieira
Criador
Eduardo Sequeira
Fonte
Jornal de Penafiel, 14º Ano, nº 23, p. 2.
Data
16-01-1900
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
São numerosos os inimigos do reino animal que atacam a macieira, essa bela árvore de fruto tão valiosa sob vários aspetos, e que mereceu que se lhe dedicasse séria atenção entre nós, organizando com ela pomares, em conformidade com todas as regras da ciência hortícola.
A maçã pode e deve ser entre nós uma magnífica fonte de receita para o agricultor, não só para consumo interno, enriquecendo os mercados do país com fruta boa e saudável, mas também para a exportação. A maçã portuguesa é altamente cotada nos mercados ingleses, que consumiriam muito mais larga quantidade de maçã do que a que para lá é mandada nos anos de abundância. Da maçã pode fazer-se cidra, que é uma bebida de primeira ordem, muito superior à cerveja consumida entre nós em tamanha escala, uma álcool apreciável, bons doces variados e finas frutas secas.
É ao presente fácil de combater a legião de parasitas animais que a flagelam, muito superior à dos inimigos vegetais, que se destroem também prontamente com lavagens aos troncos e ramos, durante o inverno, de fortes soluções de sulfato de ferro (30 kilos de sulfato de ferro, para 100 litros de água), e na primavera com pulverizações da calda bordalesa, de vantagem para todas as árvores de fruto.
Os principais parasitas da macieira podem dividir-se em quatro secções: pulgões, gorgulhos, antonomos e lagartas.
Nos pulgões, agrupam-se os pulgões verdes e pardos, cujo modo de existência é quási o mesmo, e o pulgão-lanígero.
Os pulgões verdes e pardos atacam as folhas e rebentos novos, aparecendo em abril e multiplicando-se com rapidez assombrosa. Quando o número deles é muito considerável, as folhas encarquilham, enrolam, secam, e a haste não medra. Em agosto desaparecem estes pulgões, que se destroem no período de desenvolvimento com pulverizações feitas de quinze em quinze dias até à sua completa extinção com a seguinte solução:
Água – 15 litros
Sabão negro – 1 kilo
Também tem dado resultado a substituição do sabão negro por decocto de folhas de sabugueiro. […]
Muitos pequenos coleópteros vivem à custa da macieira; o mais nocivo de todos, porém, é o antonomo que ataca as flores e, em certos anos, destrói uma grande parte da colheita. O antonomo poe ovos no botão da flor da macieira e o desenvolvimento completo da sua larva e tem lugar na flor. […] É por isso importante limpar as árvores com uma escova grossa antes de fazer no inverno o tratamento com o sulfato de ferro, e queimar cuidadosamente os resíduos extraídos.
O antonomo tem por inimigos cruéis um certo número de insetos, os ichneumonides, que vivem como parasitas nas suas larvas, porem não nos devemos fiar nestes bons auxiliar, insuficientes para a destruição do antonomo, e dar-lhe caça, combatendo-o energicamente. […]
A maçã pode e deve ser entre nós uma magnífica fonte de receita para o agricultor, não só para consumo interno, enriquecendo os mercados do país com fruta boa e saudável, mas também para a exportação. A maçã portuguesa é altamente cotada nos mercados ingleses, que consumiriam muito mais larga quantidade de maçã do que a que para lá é mandada nos anos de abundância. Da maçã pode fazer-se cidra, que é uma bebida de primeira ordem, muito superior à cerveja consumida entre nós em tamanha escala, uma álcool apreciável, bons doces variados e finas frutas secas.
É ao presente fácil de combater a legião de parasitas animais que a flagelam, muito superior à dos inimigos vegetais, que se destroem também prontamente com lavagens aos troncos e ramos, durante o inverno, de fortes soluções de sulfato de ferro (30 kilos de sulfato de ferro, para 100 litros de água), e na primavera com pulverizações da calda bordalesa, de vantagem para todas as árvores de fruto.
Os principais parasitas da macieira podem dividir-se em quatro secções: pulgões, gorgulhos, antonomos e lagartas.
Nos pulgões, agrupam-se os pulgões verdes e pardos, cujo modo de existência é quási o mesmo, e o pulgão-lanígero.
Os pulgões verdes e pardos atacam as folhas e rebentos novos, aparecendo em abril e multiplicando-se com rapidez assombrosa. Quando o número deles é muito considerável, as folhas encarquilham, enrolam, secam, e a haste não medra. Em agosto desaparecem estes pulgões, que se destroem no período de desenvolvimento com pulverizações feitas de quinze em quinze dias até à sua completa extinção com a seguinte solução:
Água – 15 litros
Sabão negro – 1 kilo
Também tem dado resultado a substituição do sabão negro por decocto de folhas de sabugueiro. […]
Muitos pequenos coleópteros vivem à custa da macieira; o mais nocivo de todos, porém, é o antonomo que ataca as flores e, em certos anos, destrói uma grande parte da colheita. O antonomo poe ovos no botão da flor da macieira e o desenvolvimento completo da sua larva e tem lugar na flor. […] É por isso importante limpar as árvores com uma escova grossa antes de fazer no inverno o tratamento com o sulfato de ferro, e queimar cuidadosamente os resíduos extraídos.
O antonomo tem por inimigos cruéis um certo número de insetos, os ichneumonides, que vivem como parasitas nas suas larvas, porem não nos devemos fiar nestes bons auxiliar, insuficientes para a destruição do antonomo, e dar-lhe caça, combatendo-o energicamente. […]
Ficheiros
Colecção
Citação
Eduardo Sequeira, “SECÇÃO AGRÍCOLA
Os inimigos da macieira
”. In Jornal de Penafiel, 14º Ano, nº 23, p. 2., 16-01-1900. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 30 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/549.
Os inimigos da macieira
”. In Jornal de Penafiel, 14º Ano, nº 23, p. 2., 16-01-1900. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 30 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/549.