SECÇÃO AGRÍCOLA
A doença das batatas (Continuado do nº 40)

SECÇÃO AGRÍCOLA
A doença das batatas (Continuado do nº 40)

Arnaldo Coelho

Jornal de Penafiel, 14º Ano, nº 41, p. 2.

23-03-1900

Leonardo Aboim Pires

São manchas amarelas ou escuras segundo a sua idade, e de uma extensão variável; estas manchas irregularmente distribuídas à superfície, ficam localizadas entre a pele e o cordão lenhoso, ou ganham os tecidos profundos.
Bem depressa a pele enrugada e murcha cede sob a pressão dos dedos; o parenchyma apodrece, liquefaz-se ou endurece segundo as condições de humidade do meio ambiente.
Este estado extremo, designado sob os nomes de gangrena húmida e gangrena seca é fácil de reconhecer, mas quando a alteração não chega a este ponto, é algumas vezes dificultoso, pela inspeção dos caracteres exteriores, reconhecer com certeza que um tubérculo está doente.
A dúvida apresenta-se sobretudo nas variedades de pele muito colorida, em que as manchas pouco se salientam, e só por um aspeto escuro, terroso, é que os negociantes e as pessoas muito peritas no assunto chegam a distingui-las. Algumas vezes também são arranhaduras acidentais que se tornam engras e dão lugar a erros. Ora compreende-se bem a importância que há em não subsistirem dúvidas na significação das alterações que se observam.
Já sobre uma secção, ao passar pelo lugar suspeito, se pode reconhecer a doença pelas manchas escuras que marmoreiam a carne do tubérculo e aparecem sobre o fundo claro do tecido, de um modo muito mais visível do que os da superfície sobre a pele. […]