SECÇÃO AGRÍCOLA
Nova doença dos feijões
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Título
SECÇÃO AGRÍCOLA
Nova doença dos feijões
Nova doença dos feijões
Criador
S/autor
Fonte
Jornal de Penafiel, 15º Ano, nº 18, p. 2.
Data
01-01-1901
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Apareceu em França e parece que também em Itália uma nova doença dos feijões que, felizmente, ainda não sabemos que tenha sido notada em Portugal. Nem por isso deixa de convir conhece-la desde já para os precavermos.
A doença, de natureza hacteridiana, é chamada pelos aldeões franceses, a gordura, pelo aspeto de gordo ou oleoso que assumem os pontos invadidos.
Desenvolve-se especialmente nos anos quentes e húmidos e ataca de preferência a vagem, formando máculas circulares de extensão variável e apresentando uma coloração um tanto intensa e untuosa.
Se as circunstâncias correm favoráveis à doença, as próprias hastes e as folhas são atacadas, mas as máculas são nestes órgãos menos distintas, de contornos esbatidos e mais fugazes.
Depois as máculas aumentam e aprofundam-se rapidamente, e exsudam um líquido viscoso que ao microscópio se vê invadido de numerosas colónias de bactérias.
Chegada a doença a este ponto, são afetados também os grãos, e o líquido consolida-se em volta deles em pequena máculas amareladas, que se devem considerar verdadeiras culturas de bactérias.
Os legumes infecionam-se por contacto, a infeção opera-se por intermédio de terreno e propaga-se rapidamente de haste para haste até atingir todo ou quási todo o campo de cultura.
Uma vez declarada a doença não há, por ora, meio de a debelar. Todos os tratamentos experimentados têm conduzido a resultados negativos.
Convém usar dos meios preventivos, vigiando atentamente os feijoais, e destruindo imediatamente a primeira ou primeiras plantas que apareçam com os sintomas da doença.
É possível assim obstar à propagação do mal; mas, quando isso não obste a que apareçam subsequentemente mais plantas invadidas, ainda a supressão das outras plantas doentes se impõe a necessidade, porque, não se conhecendo ainda meio de curar a doença, e dada a sua contagiosidade, é claro que deixar no campo algumas plantas doentes é concorrer para uma propagação mais extensa e fatal, da infeção.
(«Gazeta das Aldeias»)
A doença, de natureza hacteridiana, é chamada pelos aldeões franceses, a gordura, pelo aspeto de gordo ou oleoso que assumem os pontos invadidos.
Desenvolve-se especialmente nos anos quentes e húmidos e ataca de preferência a vagem, formando máculas circulares de extensão variável e apresentando uma coloração um tanto intensa e untuosa.
Se as circunstâncias correm favoráveis à doença, as próprias hastes e as folhas são atacadas, mas as máculas são nestes órgãos menos distintas, de contornos esbatidos e mais fugazes.
Depois as máculas aumentam e aprofundam-se rapidamente, e exsudam um líquido viscoso que ao microscópio se vê invadido de numerosas colónias de bactérias.
Chegada a doença a este ponto, são afetados também os grãos, e o líquido consolida-se em volta deles em pequena máculas amareladas, que se devem considerar verdadeiras culturas de bactérias.
Os legumes infecionam-se por contacto, a infeção opera-se por intermédio de terreno e propaga-se rapidamente de haste para haste até atingir todo ou quási todo o campo de cultura.
Uma vez declarada a doença não há, por ora, meio de a debelar. Todos os tratamentos experimentados têm conduzido a resultados negativos.
Convém usar dos meios preventivos, vigiando atentamente os feijoais, e destruindo imediatamente a primeira ou primeiras plantas que apareçam com os sintomas da doença.
É possível assim obstar à propagação do mal; mas, quando isso não obste a que apareçam subsequentemente mais plantas invadidas, ainda a supressão das outras plantas doentes se impõe a necessidade, porque, não se conhecendo ainda meio de curar a doença, e dada a sua contagiosidade, é claro que deixar no campo algumas plantas doentes é concorrer para uma propagação mais extensa e fatal, da infeção.
(«Gazeta das Aldeias»)
Ficheiros
Colecção
Citação
S/autor, “SECÇÃO AGRÍCOLA
Nova doença dos feijões
”. In Jornal de Penafiel, 15º Ano, nº 18, p. 2. , 01-01-1901. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 27 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/561.
Nova doença dos feijões
”. In Jornal de Penafiel, 15º Ano, nº 18, p. 2. , 01-01-1901. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 27 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/561.