SECÇÃO AGRÍCOLA
Cuidado com os vinhos
Dublin Core
Título
SECÇÃO AGRÍCOLA
Cuidado com os vinhos
Cuidado com os vinhos
Criador
Henri Bousquet
Fonte
Jornal de Penafiel, 20º Ano, nº 12, pp. 1-2.
Data
08-12-1905
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Em consequência das moléstias criptogâmicas, e sobretudo o Botryus cinérea, terem invadido este ano uma grande parte dos vinhedos, havendo fatalmente vinhos defeituosos e de difícil conservação. As uvas que foram atacadas pela podridão não podem deixar de produzir vinho que se enferruja, o que constitui uma moléstia que a ciência enológica mais dificilmente combate.
Venho, pois, por de sobreaviso os viticultores contra o desenvolvimento desta moléstia, para que possam fazer o preciso antes que ela se manifeste, porque é mais fácil preveni-la do que curá-la.
Os vinhos provenientes de vindimas atacadas de podridão, não devem ser trasfegados em contacto com o ar, antes de ser ter a certeza de que não estão doentes. Para saber isso, antes de qualquer trasfega, o viticultor examinará o vinho, para verificar se carece de qualquer tratamento. Verifica isso tirando uma amostra de cada tonel e expondo-a ao ar num cálice branco, cheio apenas até ao meio, para que o ar exerça a sua ação. Se ao cabo de dois ou três dias o vinho assim exposto ao ar formar um depósito abundante, ou se turvar, ou se a cor se alterar, é preciso trata-lo antes de trasfega, porque é fora de dúvida que está doente.
A primeira precaução a tomar será a de conservar o vinho sob a ação do gás, ácido sulfuroso, dissolvendo em cada vasilha 10 a 15 gramas de metabisulfito de potassa por hectolitro, por meio de um saquinho, que se introduz na batoqueira, suspensa por uma guita. […]
A pasteurização dá bons resultados, às vezes, mas em Portugal não se deve pensar nisso, porque os aparelhos para essa operação são muito dispendiosos, e não convém para os pequenos lavradores.
A filtragem com pressão será preferível em muitos casos, porque, melhor do que colagens, liberta o vinho das matérias viscosas que contém, produzidas geralmente pela ação do Botrys cinérea.
Venho, pois, por de sobreaviso os viticultores contra o desenvolvimento desta moléstia, para que possam fazer o preciso antes que ela se manifeste, porque é mais fácil preveni-la do que curá-la.
Os vinhos provenientes de vindimas atacadas de podridão, não devem ser trasfegados em contacto com o ar, antes de ser ter a certeza de que não estão doentes. Para saber isso, antes de qualquer trasfega, o viticultor examinará o vinho, para verificar se carece de qualquer tratamento. Verifica isso tirando uma amostra de cada tonel e expondo-a ao ar num cálice branco, cheio apenas até ao meio, para que o ar exerça a sua ação. Se ao cabo de dois ou três dias o vinho assim exposto ao ar formar um depósito abundante, ou se turvar, ou se a cor se alterar, é preciso trata-lo antes de trasfega, porque é fora de dúvida que está doente.
A primeira precaução a tomar será a de conservar o vinho sob a ação do gás, ácido sulfuroso, dissolvendo em cada vasilha 10 a 15 gramas de metabisulfito de potassa por hectolitro, por meio de um saquinho, que se introduz na batoqueira, suspensa por uma guita. […]
A pasteurização dá bons resultados, às vezes, mas em Portugal não se deve pensar nisso, porque os aparelhos para essa operação são muito dispendiosos, e não convém para os pequenos lavradores.
A filtragem com pressão será preferível em muitos casos, porque, melhor do que colagens, liberta o vinho das matérias viscosas que contém, produzidas geralmente pela ação do Botrys cinérea.
Ficheiros
Colecção
Citação
Henri Bousquet, “SECÇÃO AGRÍCOLA
Cuidado com os vinhos
”. In Jornal de Penafiel, 20º Ano, nº 12, pp. 1-2., 08-12-1905. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 26 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/616.
Cuidado com os vinhos
”. In Jornal de Penafiel, 20º Ano, nº 12, pp. 1-2., 08-12-1905. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 26 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/616.