Correspondência
Dublin Core
Título
Correspondência
Criador
Carlos G. Dabney
Fonte
O Angrense, nº 351, p. 4.
Data
29-06-1843
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
O número 345 do utilíssimo periódico tendo-me sido remetido por um amigo, tenho a satisfação de dirigir a V. para lhe asseverar quanto sou sensível as lisonjeiras expressões com que V. acompanhou o meu nome no artigo intitulado «Devorista das laranjeiras no Faial» não obstante que V. não me imputou culpa, antes me fez justiça, reconhecendo os meus esforços para melhorar a sorte de um país que tanto me interessa e em cuja prosperidade a minha própria estão tão intimamente identificada, contudo, não posso consentir que sem fundamento recaia sobre mim a introdução de uma coisa que atualmente é considerado como um flagelo. […]
A primeira árvore que foi atacada nas minhas propriedades foi uma laranjeira junto à parede do norte, na minha quinta da canada do Beliago e a mais próxima nos lugares já mencionados e em sítio em que se não tinha introduzido planta alguma havia mais de oito anos – assim que se descobriu o estado da árvore, apesar de estar ainda com todo o vigor mandei-a cortar no mesmo sítio. Em 1839, fiz uma visita aos Estados Unidos, e quando voltei achei várias árvores, laranjeiras e limoeiros infecionados com o tal inseto e desde daquele tempo até ao verão passado tive um rancho, nunca menos de quatro homens empregados em a limpar e aplicar as diferentes experiências que tenho feito […]
Na ilha do Pico este inseto é conhecido há mais tempo […] estou disposto a acreditar que a sua origem foi espontânea, efeito de muito viço, abafo e estrume, porque sabemos que combinações de semelhante natureza produzem animálculos ou animalejos em corpos animados […] às vezes no meio da desolação aparece a intervenção de uma providência benéfica para o amparo e consolação dos homens; assim aconteceu neste caso com a introdução do Morus Multicaulis [amoreira da China] e considero a maior glória da minha via o ter sido o órgão da sua introdução […]
[De bicho destruidor passei ao bicho criador na esperança que com a coadjuvação de V. e outros inteligentes e enérgicos amantes da Pátria se dará um impulso à cultura do Morus Multicaulis.
Pelo último navio dos Estados Unidos recebi um ofício do Governo pedindo informações relativas a um bicho (que suponho idêntico com aquele que cá temos) que está destruindo os pomares de laranjeiras na Florida. Também contou-me que na ilha de Cuba ele tem feito grandes estragos […]
A primeira árvore que foi atacada nas minhas propriedades foi uma laranjeira junto à parede do norte, na minha quinta da canada do Beliago e a mais próxima nos lugares já mencionados e em sítio em que se não tinha introduzido planta alguma havia mais de oito anos – assim que se descobriu o estado da árvore, apesar de estar ainda com todo o vigor mandei-a cortar no mesmo sítio. Em 1839, fiz uma visita aos Estados Unidos, e quando voltei achei várias árvores, laranjeiras e limoeiros infecionados com o tal inseto e desde daquele tempo até ao verão passado tive um rancho, nunca menos de quatro homens empregados em a limpar e aplicar as diferentes experiências que tenho feito […]
Na ilha do Pico este inseto é conhecido há mais tempo […] estou disposto a acreditar que a sua origem foi espontânea, efeito de muito viço, abafo e estrume, porque sabemos que combinações de semelhante natureza produzem animálculos ou animalejos em corpos animados […] às vezes no meio da desolação aparece a intervenção de uma providência benéfica para o amparo e consolação dos homens; assim aconteceu neste caso com a introdução do Morus Multicaulis [amoreira da China] e considero a maior glória da minha via o ter sido o órgão da sua introdução […]
[De bicho destruidor passei ao bicho criador na esperança que com a coadjuvação de V. e outros inteligentes e enérgicos amantes da Pátria se dará um impulso à cultura do Morus Multicaulis.
Pelo último navio dos Estados Unidos recebi um ofício do Governo pedindo informações relativas a um bicho (que suponho idêntico com aquele que cá temos) que está destruindo os pomares de laranjeiras na Florida. Também contou-me que na ilha de Cuba ele tem feito grandes estragos […]
Ficheiros
Colecção
Citação
Carlos G. Dabney, “Correspondência”. In O Angrense, nº 351, p. 4., 29-06-1843. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 30 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/64.