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O Angrense, nº 352, p. 2.

06-07-1843

Leonardo Aboim Pires

Quando transcrevemos no nosso número antecedente, a obsequiosa, e mui interessante carta que o ilustre Sr. Carlos G. Dabney, nos dirigiu, não a acompanhamos dalgumas palavras, porque naquela folha nos faltou espaço. É suposto que uma carta tão bem desenvolvida, não carece mais do que uma atenta leitura, pelo recreio que nos dá da curiosa notícia sobre a aparição dos aphides, a que nós chamamos devorista das laranjeiras e pela miúda e circunstanciada narração acerca do plantio das multicaules, de que sem duvide cabe toda a glória a tão ilustre e zeloso introdutor; contudo julgamos justo declarar, que no nosso artigo – O Devorista das Laranjeiras no Faial – tinha base em informações que nos foram fornecidas; em todo e qualquer desvio da verdade que ele tivesse, fica suprido com a narração da carta já mencionada.
É com o maior prazer, que vemos prosperar a plantação das multicaules, e a admirável propagação que o seu cultivo vai tendo na ilha do Faial, debaixo das desveladas vistas do sr. Dabney, a quem endereçamos nossos tributos de louvor por uma tarefa, que tão dignamente ocupa o seu zelo, pelo bem da prosperidade e riqueza pública.
As plantas que o sr. Dabney teve a bondade de enviar ao exmo. Visconde de Bruges, vão prosperando em todas as localidades para onde S. Exª. as mandou; e é de supor, que este plantio vá tomando nesta ilha, um grande impulso. Muito desejamos, [e esperamos ver realizados nossos desejos] que a interessante carta a que nos referimos, excite me todos, não dizemos só aos Terceirenses, mas os Açorianos em geral, um verdadeiro desvelo neste objeto, pois que muitíssimas são as vantagens que infalivelmente dele deverão emanar.