SECÇÃO AGRÍCOLA
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Título
SECÇÃO AGRÍCOLA
Criador
António Pereira Alves
Fonte
Damião de Goes, Ano 1, nº 4, p. 2.
Data
24-01-1886
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Não é possível falar de agricultura do nosso concelho, quais exclusivamente vinícola, sem que se apresente como primeiro e obrigatório assunto – o filoxera.
[…] O excelente Jornal de Torres Vedras, num artigo firmado pelo exmº. Sr. Barros e Cunha, diz-nos o seguinte que transcrevemos com a devida vénia:
«Tenho notado nesta região uma certa lentidão relativa na marcha do filoxera, mesmo em vinhas onde não se fez tratamento algum; já não é a mancha de azeite em papel mata-borrão que se alastra; muito menos o rastilho de pólvora que se inflama, de que falam certos autores franceses; é um progresso pacato e pachorrento, como se o inseto tivesse adotado os nossos costumes nacionais.
Será efeito do terreno?
Será antes uma variação do parasita que diminui o seu efeito destruidor?
Não sei; em todo o caso, chamo a atenção dos agrónomos.
Uma outra prova de modificação, ainda que menos agradável para nós, é a que nos dão de Santarém, dizendo-nos:
É abundante o filoxera nas vinhas do campo do Rossio, apesar de serem plantadas em terrenos delgados e arenosos e sujeitos a longas e persistentes inundações.»
Destes factos ainda nada poderemos concluir senão que o filoxera, como existe no nosso país, não está perfeitamente estudado, e só depois de alguns anos de dispendiosa aprendizagem poderemos lutar com vantagem contra ele, visto conhecermos então os meios de ataque de que dispõe.
[…] O excelente Jornal de Torres Vedras, num artigo firmado pelo exmº. Sr. Barros e Cunha, diz-nos o seguinte que transcrevemos com a devida vénia:
«Tenho notado nesta região uma certa lentidão relativa na marcha do filoxera, mesmo em vinhas onde não se fez tratamento algum; já não é a mancha de azeite em papel mata-borrão que se alastra; muito menos o rastilho de pólvora que se inflama, de que falam certos autores franceses; é um progresso pacato e pachorrento, como se o inseto tivesse adotado os nossos costumes nacionais.
Será efeito do terreno?
Será antes uma variação do parasita que diminui o seu efeito destruidor?
Não sei; em todo o caso, chamo a atenção dos agrónomos.
Uma outra prova de modificação, ainda que menos agradável para nós, é a que nos dão de Santarém, dizendo-nos:
É abundante o filoxera nas vinhas do campo do Rossio, apesar de serem plantadas em terrenos delgados e arenosos e sujeitos a longas e persistentes inundações.»
Destes factos ainda nada poderemos concluir senão que o filoxera, como existe no nosso país, não está perfeitamente estudado, e só depois de alguns anos de dispendiosa aprendizagem poderemos lutar com vantagem contra ele, visto conhecermos então os meios de ataque de que dispõe.
Ficheiros
Colecção
Citação
António Pereira Alves, “SECÇÃO AGRÍCOLA”. In Damião de Goes, Ano 1, nº 4, p. 2., 24-01-1886. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 26 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/841.