Comissão central dos serviços filoxéricos do Sul
Dublin Core
Título
Comissão central dos serviços filoxéricos do Sul
Criador
S/autor
Fonte
O Manuelinho de Évora, Ano III, nº 111, pp 1-2.
Data
06-03-1883
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Instruções para a sementeira das grainhas americanas
As cepas americanas resistem à filoxera quando são cultivadas em solo e clima apropriados, mas estão sujeitas às mesmas doenças das nossas vinhas, tais como o oídio, antracnose, míldio, etc.
Muitas vezes as grainhas trazem aderentes germes de várias doenças, por isso é sempre conveniente desinfetá-las antes da sementeira, o que pode fazer-se tendo-as em maceração em aguardente forte durante vinte e quatro horas, ou ainda deixá-las pelo mesmo tempo numa dissolução de sulfato de soda e água, na proporção de 50 gramas de sal para 1 litro de água.
Depois de desinfetadas, como não pode haver certeza de que as sementes sejam da colheita anterior, para amolecer a epiderme e facilitar a saída do embrião, é necessário conservá-las estratificadas em areia húmida durante um mês; não havendo tempo para este preparo deitam-se de molho durante dois dias numa lixivia alcalina (água e cinza de vides), podendo adicionar-se excrementos de boi: 2 litros de água para ½ de cinza.
Para a sementeira deve escolher-se boa terra de horta, bem mobilizada e bem estrumada com adubos muito curtidos.
A sementeira pode fazer-se de 15 de Março a 15 de Maio, a distâncias iguais de 30 centímetros, cobrindo as grainhas com uma ligeira camada de terra, ou melhor de terriço.
Regam-se os alfobres quando for necessário, de modo que conservem sempre uma frescura conveniente, e devem ter-se bem limpos de ervas.
Rareiam-se as plantas passadas cinco ou seis semanas depois de nascidas e aproveitam-se as que forem boas para encher as falhas. No ano próximo transplantam-se para viver e enxertam-se logo as que tiverem dimensões para suportar o garfo. Das pequenas varas da poda deve fazer-se logo viveiro de estacas (das riparias e rupestris). As variedades da V. Aestivalis (Jacquez, Herbmont, etc.) precisam de muitos cuidados porque pregam dificilmente de estaca; a estratificação durante o inverno em areia ou terra fina, a imersão na água durante cinco ou seis dias e a descorticação da parte inferior de estaca são os meios eficazes para se obter a radicação das Aestivalis.
A comissão anti filoxérica deste distrito recebeu há pouco as grainhas americanas para o seu viveiro.
As cepas americanas resistem à filoxera quando são cultivadas em solo e clima apropriados, mas estão sujeitas às mesmas doenças das nossas vinhas, tais como o oídio, antracnose, míldio, etc.
Muitas vezes as grainhas trazem aderentes germes de várias doenças, por isso é sempre conveniente desinfetá-las antes da sementeira, o que pode fazer-se tendo-as em maceração em aguardente forte durante vinte e quatro horas, ou ainda deixá-las pelo mesmo tempo numa dissolução de sulfato de soda e água, na proporção de 50 gramas de sal para 1 litro de água.
Depois de desinfetadas, como não pode haver certeza de que as sementes sejam da colheita anterior, para amolecer a epiderme e facilitar a saída do embrião, é necessário conservá-las estratificadas em areia húmida durante um mês; não havendo tempo para este preparo deitam-se de molho durante dois dias numa lixivia alcalina (água e cinza de vides), podendo adicionar-se excrementos de boi: 2 litros de água para ½ de cinza.
Para a sementeira deve escolher-se boa terra de horta, bem mobilizada e bem estrumada com adubos muito curtidos.
A sementeira pode fazer-se de 15 de Março a 15 de Maio, a distâncias iguais de 30 centímetros, cobrindo as grainhas com uma ligeira camada de terra, ou melhor de terriço.
Regam-se os alfobres quando for necessário, de modo que conservem sempre uma frescura conveniente, e devem ter-se bem limpos de ervas.
Rareiam-se as plantas passadas cinco ou seis semanas depois de nascidas e aproveitam-se as que forem boas para encher as falhas. No ano próximo transplantam-se para viver e enxertam-se logo as que tiverem dimensões para suportar o garfo. Das pequenas varas da poda deve fazer-se logo viveiro de estacas (das riparias e rupestris). As variedades da V. Aestivalis (Jacquez, Herbmont, etc.) precisam de muitos cuidados porque pregam dificilmente de estaca; a estratificação durante o inverno em areia ou terra fina, a imersão na água durante cinco ou seis dias e a descorticação da parte inferior de estaca são os meios eficazes para se obter a radicação das Aestivalis.
A comissão anti filoxérica deste distrito recebeu há pouco as grainhas americanas para o seu viveiro.
Ficheiros
Colecção
Citação
S/autor, “Comissão central dos serviços filoxéricos do Sul”. In O Manuelinho de Évora, Ano III, nº 111, pp 1-2., 06-03-1883. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 30 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/1374.