SECÇÃO AGRÍCOLA. Tratamento de vinhos mildewsados
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Título
SECÇÃO AGRÍCOLA. Tratamento de vinhos mildewsados
Criador
Asthier de Villete
Fonte
Jornal de Penafiel, 8º Ano, nº 99, pp. 1-2.
Data
09-10-1894
Colaborador
Leonardo Aboim Pires
Text Item Type Metadata
Text
Têm-se nos queixado muitos assinantes deste jornal de que os vinhos do ano passado se voltaram e azedaram cedo, coisa que há muitos anos lhes não acontecia. Este facto é, sem dúvida alguma, devido aos efeitos do míldio que impede a conservação dos vinhos, estragando-se rapidamente.
Os vinhos fortemente mildewsados não devem ser aplicados ao consumo, mas sim destinados única e exclusivamente à caldeira, para o fabrico de aguardente. Não se mantêm muito tempo, por isso que não possuem o álcool indispensável para a sua conservação, têm em geral uma cor vermelha desbotada, pendendo para o amarelo – quando lhes não foi adicionado nenhum princípio corante estranho – um sabor desagradável e um cheiro caracterizado pelo nome de cheiro de míldio. […] Parece que os germes do míldio morrem durante a fermentação; mas fica no vinho o produto das suas múltiplas excreções que contêm cheiros butíricos capazes de infecionar, durante muitos anos, os casos que uma só vez contiveram tais vinhos […] os vinhos devem ser frequentemente trasfegados para cascos onde se deve ter queimado antes uma mecha com enxofre, e beneficiados com 1 ou 2 por cento de aguardente. Seria preferível a todos os respeitos, em lugar de se juntar álcool ao vinho, deitar açúcar no vinho na ocasião da fermentação; para isto basta dissolver o açúcar em 5 ou 6 vezes o seu peso de suco de uva (1700 gramas de açúcar correspondente a 10 por 100 litros) e deitá-lo no lagar onde será misturado com o mosto durante a pisa […] A adição de açúcar ao vinho durante a pisa, tendo por fim aumentar-lhe a graduação alcoólica é preferível ao que é costume fazer-se entre nós, de reunir o álcool ao vinho depois dele fabricado, por isso que a fermentação do açúcar em presença do bagaço dá não só álcool puro, mas também os outros álcoois do vinho, éteres e outros produtos que constituem o bouquet dos vinhos. […]
Os vinhos fortemente mildewsados não devem ser aplicados ao consumo, mas sim destinados única e exclusivamente à caldeira, para o fabrico de aguardente. Não se mantêm muito tempo, por isso que não possuem o álcool indispensável para a sua conservação, têm em geral uma cor vermelha desbotada, pendendo para o amarelo – quando lhes não foi adicionado nenhum princípio corante estranho – um sabor desagradável e um cheiro caracterizado pelo nome de cheiro de míldio. […] Parece que os germes do míldio morrem durante a fermentação; mas fica no vinho o produto das suas múltiplas excreções que contêm cheiros butíricos capazes de infecionar, durante muitos anos, os casos que uma só vez contiveram tais vinhos […] os vinhos devem ser frequentemente trasfegados para cascos onde se deve ter queimado antes uma mecha com enxofre, e beneficiados com 1 ou 2 por cento de aguardente. Seria preferível a todos os respeitos, em lugar de se juntar álcool ao vinho, deitar açúcar no vinho na ocasião da fermentação; para isto basta dissolver o açúcar em 5 ou 6 vezes o seu peso de suco de uva (1700 gramas de açúcar correspondente a 10 por 100 litros) e deitá-lo no lagar onde será misturado com o mosto durante a pisa […] A adição de açúcar ao vinho durante a pisa, tendo por fim aumentar-lhe a graduação alcoólica é preferível ao que é costume fazer-se entre nós, de reunir o álcool ao vinho depois dele fabricado, por isso que a fermentação do açúcar em presença do bagaço dá não só álcool puro, mas também os outros álcoois do vinho, éteres e outros produtos que constituem o bouquet dos vinhos. […]
Ficheiros
Colecção
Citação
Asthier de Villete , “SECÇÃO AGRÍCOLA. Tratamento de vinhos mildewsados
”. In Jornal de Penafiel, 8º Ano, nº 99, pp. 1-2., 09-10-1894. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 26 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/483.
”. In Jornal de Penafiel, 8º Ano, nº 99, pp. 1-2., 09-10-1894. Disponibilizado por: Pragas nos Periódicos, acedido 26 de Novembro de 2024, http://fcsh.unl.pt/pragasnosperiodicos/items/show/483.